quarta-feira, 9 de maio de 2007


Entre as páginas de Carlos Pena,
mergulhei
Lágrimas azuis,
chorei
Pelas ruas, becos e vielas do Recife,
caminhei
Entre coloridos mascates,
Tesouros,
encontrei
Em frente ao retalho alentejano, Rua da Aurora,
O Capibaribe
contemplei
E minha alma lírica,
aquietei
Pelas frestas das capelas,
espiei
No mourisco jardim, do Convento de São Francisco,
Um cântico,
entoei
Por entre narcisos, jasmins e madressilvas,
enveredei
Pelos "azuis do mar" de Boa Viagem
nadei
Em suas brancas areias um “canteiro vivo de flores madreperoladas faiscantes”
avistei
“Nos cabelos azuis de fevereiro”,
Um fio esperança,
agarrei
Meus olhos espantados, espraiados,
na multidão,
Seu guia,
perdeu
Com a lembrança dos teus lábios carmesinos
nas paredes cálidas da memória,
seguirei
A buscar sem dar por mim
Numa espera vã
sem fim
Um coração de lápis-lazúli
Que jamais terei


P. S.

Excepcionalmente em azul, que era a cor preferida do "poeta dos azuis", Carlos Pena Filho. A partir dele, conheci a profusão de azuis. E então ele azulava seus poemas... E a alma dos homens e das mulheres...

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